26 junho, quinta-feira, 2025
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Defesa de PM alega insanidade mental e pede realização de exame

A defesa do policial militar Ricker Maxiamiano, que matou a tiros a própria esposa Gabrieli Daniel de Sousa, no dia 25 de maio, pediu na Justiça a instauração do Incidente de Insanidade Mental para que ele seja submetido a um exame médico. Segundo o advogado, o histórico do PM revela um quadro psiquiátrico grave e contínuo. 

O crime ocorreu na residência do casal, localizada no bairro Praeiro, em Cuiabá.

No pedido, foram elencados alguns atestados médicos. Seis deles são de 2023 e determinavam o afastamento de Ricker das funções de policial e a retirada do armamento dele por transtorno delirante.

Em março de 2023 ele foi afastado por 30 dias, inicialmente, e foi diagnosticado com quadro depressivo grave e transtornos delirantes persistentes. Em abril do mesmo ano, um novo atestado determinou o afastamento por 60 dias.

Já em outubro ele foi submetido a um novo afastamento por 60 dias e em dezembro, outros dois atestados o afastaram por 90 e 14 dias.

Em dezembro de 2024, ele foi afastado novamente por 30 dias. Já em março deste ano ele foi afastado por 90 dias.

Um mês antes de matar a esposa, ele estava licenciado para tratamento de saúde.

A licença durou até o dia 15 de maio e no dia 25 deste mês ele atirou e matou Gabrieli.

Para a defesa, o histórico médico comprova a persistência e a gravidade dos transtornos mentais que acometem o PM e justificam a instauração do incidente de insanidade mental.

O advogado disse ainda que a instauração do incidente é imprescindível quando há indícios de inimputabilidade, ou seja, incapacidade de entender a ilegalidade dos atos cometidos. Para isso, segundo a defesa, é preciso que ele passe por um exame médico.

“Em suma, a instauração do incidente de insanidade mental é medida necessária e urgente diante dos indícios de transtorno mental grave apresentados por Ricker Maximiano de Moraes”, diz trecho do pedido.

O requerimento foi protocolado no dia 19 de junho e, em despacho publicado na terça-feira (24), a juíza Cristhiane Trombini, do Núcleo de Atuação Estratégica (NAE), pediu que o Ministério Público se manifeste sobre o pedido.

O crime

O PM matou a esposa, Gabrieli Daniel, com três tiros na residência do casal, localizada no bairro Praeiro. O crime foi cometido na frente dos dois filhos pequenos.

Segundo as investigações, Ricker disparou contra Gabrieli no rosto, tórax e joelho, causando sua morte imediata por choque hemorrágico. Laudos periciais indicam que a vítima foi alvejada de forma inesperada, sem chance de defesa, configurando um recurso que dificultou ainda mais sua proteção.

Após o crime, o PM fugiu levando os filhos, que foram deixados na casa dos avós paternos. Mais tarde, ele se apresentou espontaneamente na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), junto com um advogado, e foi autuado em flagrante pelo crime.

Após audiência de custódia, Ricker Maximiano teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e está preso no Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE).

Repórter MT

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