11 dezembro, quinta-feira, 2025
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População vive sob regime de terror imposto por facção em Várzea Grande, diz delegado

O delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), explicou que a operação “Ditadura Faccional CPX”, deflagrada na última sexta-feira (04), em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, recebeu esse nome porque, segundo ele, os moradores do bairro Novo Mundo vivem sob um regime de opressão imposto pelo crime organizado.

“Essa operação se chama Ditadura Faccional CPX porque nós não temos só ditadura militar, também temos uma ditadura imposta pela facção. O que foi identificado durante as investigações? Que aquela população que vive naquele local está impedida de viver no Estado Democrático de Direito, porque eles não podem falar. Se morre alguém, eles não têm pra onde correr porque têm medo de alguma represália. Inclusive, as pessoas que nós ouvimos aqui na delegacia demonstram muito medo”, afirmou.

O delegado destacou que a facção domina completamente o território e impõe regras próprias, distantes da legislação brasileira.

“Você vê que eles estão vivendo em um estado paralelo. Eles não estavam sujeitos à nossa legislação penal. São regras próprias, regras sanguinárias, onde as pessoas não têm direito de se expressar”, disse.

Farias relatou ainda as dificuldades enfrentadas pela Polícia Civil durante a operação, já que o local é precário, desorganizado e pouco monitorado pelo poder público. Ele também reforçou que, para que os moradores da região passem a viver de fato em um Estado Democrático de Direito, é necessário que o governo intervenha com frequência no local.

“Nós tivemos que pedir mandado para vários locais, porque lá não são identificadas as casas com exatidão. É um local precário que carece da intervenção do Estado, porque ali, mesmo com a realização dessa operação, ainda vai precisar de muita intervenção do Estado para que aquelas pessoas possam viver de forma democrática, possam fazer suas denúncias sem ter que ficar só anonimamente, porque, infelizmente, uma pessoa que mora naquela localidade e faz qualquer denúncia está sendo sentenciada à pena de morte”, completou.

Segundo o delegado, o objetivo da operação é justamente enfraquecer o domínio territorial da facção e permitir que os moradores voltem a ter segurança e liberdade para denunciar crimes sem medo de retaliações.

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