O governador Mauro Mendes voltou a endurecer o discurso contra o projeto que prevê reajuste salarial de 6,8% para servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso. A proposta, que enfrenta resistência da base governista, deve retornar ao plenário da Assembleia Legislativa na próxima semana, após um pedido de vistas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Segundo cálculos do Executivo, a aprovação provocaria um efeito cascata, abrindo espaço para que servidores de outras instituições, como Ministério Público, Tribunal de Contas e até a própria Assembleia, reivindiquem correções semelhantes. O impacto total pode chegar a R$ 1,6 bilhão já em 2026, comprometendo o orçamento previsto para investimentos.
Mendes foi categórico ao afirmar que não pretende elevar impostos para equilibrar as contas, caso o reajuste avance. “Nós vamos ter que fazer cortes, cortar repasses para municípios, porque aumentar imposto nós não vamos fazer sob hipótese alguma. Se aumenta uma despesa, nós teremos que cortar alguma coisa”, declarou.
Mesmo crítico ao projeto, o governador evitou antecipar se vetará ou não o texto caso ele seja aprovado, afirmando que não costuma antecipar posicionamentos do Executivo.
A matéria tem acirrado ânimos na Assembleia. Na primeira votação, o placar apertado levou o líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (União Brasil), a solicitar recontagem de votos. Com a segunda etapa de análise se aproximando, aliados e opositores intensificam articulações, elevando a tensão em torno de um dos debates mais sensíveis do ano para as finanças do Estado.
Folha do estado




OUÇA A RÁDIO NAZARENO