Em meio a construção de acordo pelo uso do terreno, a entrega do novo prédio do Shopping Popular de Cuiabá, prevista para dezembro de 2025, só deve ocorrer em abril de 2026, data em que o complexo de lojas completará 31 anos de fundação. A informação foi confirmada pelo presidente do Shopping Popular, Misael Galvão, durante entrevista ao programa Tribuna, da rádio Vila Real (98.3 FM), na manhã desta segunda-feira (3). O local foi atingido por um incêndio e atualmente lojistas estão alocados em área improvisada no estacionamento do antigo espaço.
“Eu acredito que não vai ter atraso, porque nossos investidores estão nos apoiando. Também tem acontecido permutas. A gente vai fazer nossa mudança para o novo prédio em abril, quando o Shopping Popular completar 31 anos”, afirmou Galvão.
O antigo prédio do centro comercial foi totalmente destruído por incêndio em julho de 2024. Desde então, o espaço vem sendo reconstruído com investimento estimado em R$ 60 milhões. As obras, iniciadas em dezembro do mesmo ano, já estão com a estrutura pré-moldada praticamente concluída.
O novo projeto preserva elementos históricos da fachada original, como os arcos inspirados na região do Porto, mas traz inovações em acessibilidade, segurança e tecnologia. A estrutura contará com 12 mil metros quadrados de área construída, escadas rolantes, elevadores e melhorias na circulação interna, garantindo mais conforto para comerciantes e consumidores.
Apesar das dificuldades enfrentadas após o incêndio, Misael destacou o esforço dos permissionários e o apoio da população. “Não é fácil sair daquela estrutura que nós tínhamos para trabalhar em algo provisório. Mas a população e os associados já se adaptaram e estamos trabalhando de cabeça erguida. Eu acredito que o Natal será muito melhor do que o do ano passado”, declarou.
Impasse com terreno
Sobre a situação jurídica do terreno, Galvão explicou que a administração do Shopping Popular chegou a um novo entendimento com a Prefeitura de Cuiabá após o prefeito Abílio Brunini (PL) cancelar a doação da área, transformando-a em concessão pública. O novo modelo mantém o terreno no patrimônio do município, mas autoriza o uso pelos comerciantes por 30 anos, também com respaldo do Ministério Público de Mato Grosso (MPE).
De acordo com o presidente, a contrapartida do novo acordo é a continuidade da manutenção do Complexo Dom Aquino, já realizada pela associação. Além disso, o grupo busca repactuar o projeto da usina de energia solar por meio de uma linha de crédito de R$ 20 milhões junto ao Sicoob, ou até mesmo vender o empreendimento, para que ele não entre no modelo de permuta de superfície.
Na gestão passada, o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD) autorizou a transferência definitiva da área à Associação dos Camelôs de Cuiabá em troca da instalação de uma usina de energia solar. O formato de negócio foi revogado pelo atual gestor.
“Hoje a parte mais fragilizada é o Shopping Popular. Nós já temos uma linha de acordo e um diálogo aberto com o prefeito Abílio. O acordo é o seguinte: que ele concorde em fazer uma permuta da superfície do terreno. Não era o que a gente queria, mas vai nos dar independência de trabalho para buscar capital de giro para os associados”, explicou o presidente.
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