19 dezembro, sexta-feira, 2025
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Quebradeira bate recorde histórico, aponta economista

O economista Pablo Spyer não poupou críticas ao cenário atual: “e a quebradeira continua”, disse, referindo-se ao adoecimento estrutural da economia brasileira. Sua declaração ganha força à luz de dados recentes divulgados pela Serasa Experian, que apontam um crescimento de 31,7 % nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio no segundo trimestre de 2025, em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo o levantamento, foram 565 solicitações de recuperação judicial no setor. o número mais alto da série recente, das quais 192 foram feitas por produtores de soja e 26 por produtores de bovinos. Esse dado reforça o alerta de Spyer: a crise não está restrita a um segmento específico, mas se alastra até setores tradicionalmente mais robustos.

Segundo o econimista, essa “quebradeira” aparente convive com outro fenômeno: recordes nas exportações de carne bovina. Em julho de 2025, o Brasil enviou 276,8 mil toneladas ao exterior, volume inédito para um mês na história da série do setor. No acumulado de janeiro a agosto de 2025, foram exportadas 2,08 milhões de toneladas, alta de 15% sobre 2024, com receita de US$ 10,5 bilhões, um salto de 32,9% no mesmo comparativo. 

“Do total de 565 solicitações, 192 pedidos eram de produtores de soja e 26 de criação de bovinos. Com quase 295 mil toneladas, em setembro, o Brasil bateu o recorde de exportação de carne bovina. E a receita já supera 50% do ano passado.

Para o economista, os números confirmam sua visão: não se trata de um “problema pontual”, mas de um quadro persistente, que pode ganhar força e risco de contágio se o governo não reagir.

Se a “quebradeira” anunciada por Spyer for prolongada, o risco é que o Brasil vivencie não apenas lentidão, mas degradação de empresas, desemprego e retração em setores-chave. O governo tem, portanto, uma janela estreita para articular políticas que revertam esse processo, seja por redesenho de crédito rural, incentivos seletivos, reformas estruturais ou ajustes fiscais.

Para Spyer, entretanto, o quadro vai além de casos pontuais: “o fenômeno da falência massiva se espalha para todos os setores; se não forem adotadas medidas emergenciais, teremos mais empresas sucumbindo nos próximos meses”, advertiu.

Folha do estado

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