A delegada Bruna Laet afirmou que a facção criminosa, alvo da Operação Conducto deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (2), transportava drogas e armas de Cáceres para a região metropolitana de Cuiabá e utilizava locais públicos de Várzea Grande para realizar as entregas, muitas vezes à luz do dia.
Conforme as investigações, o grupo teria movimentado R$ 100 milhões entre 2023 e 2025.
Entre os locais públicos estão o estacionamento de um supermercado na região central de Várzea Grande, distribuidoras de bebidas e até pontos de ônibus. A delegada revelou que em certa ocasião foram entregues 66kg de entorpecentes no estacionamento do supermecado.
O grupo criminoso, segundo a delegada, era chefiado pelo advogado de Várzea Grande, Douglas Antônio Gonçalves de Almeida, que foi preso. Além dele, sua esposa, Francimeire Correia de Mesquita, os irmãos dele, Joycelaine Almeida e Joabe Almeida, e a cunhada, que não teve o nome divulgado, também foram presos.
“Foram recebidos aqui na região metropolitana cerca de duas toneladas de drogas. Era cerca de um carregamento de 150 quilos por semana. Isso, no total, analisando a quantidade de droga, equivale a um valor de R$ 45 milhões em menos de quatro meses”, disse.
Segundo a investigação, a facção transportava os entorpecentes e as armas em vans, que simulavam como veículos de viagem. Dentro dessas vans, conforme a Polícia, havia compartimentos secretos, onde eram escondidas as cargas.
“A pessoa que realizava o transporte se passava por um motorista de passageiros da região de Cáceres até Cuiabá e Várzea Grande. Entretanto, nenhum passageiro de fato era transportado, apenas as drogas. Então, era um artifício que utilizavam no caso de abordagens policiais”, contou.
“Com a chegada em Várzea Grande, a irmã do líder da organização criminosa era responsável por receber, conferir e posteriormente fazer a distribuição, de acordo com que era determinado pelo líder”, completou.
Além da distribuição de drogas na região metropolitana de Cuiabá, o grupo enviava drogas para o Maranhão e Pernambuco. Eles também faziam a lavagem do dinheiro ilícito por meio de oito empresas, sendo farmácias, drogarias, distribuidoras de bebidas, empresa de comercialização e instalação de energia solar e do ramo de alimentos.
Na ação, foram cumpridos 12 dos 16 mandados de prisão preventiva, 35 mandados de busca e apreensão, 39 bloqueios de valores e cinco sequestros de veículos, em Cáceres, em Cuiabá, Várzea Grande, São Luís (MA) e Jaboatão dos Guararapes (PE).
Até o momento, foram apreendidos R$ 29 mil em espécie, munições e cinco carros, entre eles uma Dodge Ram, caminhonetes Fiat Strada e Toro e um Argo.
Midianews