Afinal, a cremação é pecado? Como professor de teologia e alguém que costuma palestrar em eventos bíblicos nas igrejas, essa pergunta já me foi feita muitas vezes. Sempre respondi de forma direta, com base no que considerava suficiente. Mas, recentemente, estudando o assunto com mais profundidade, percebi que a questão é mais séria do que parece. Afinal, o que fazemos com o corpo depois da morte não é um detalhe sem importância: revela o que acreditamos sobre o corpo, a morte e a ressurreição. Por isso, decidi revisitar essa questão, não apenas para responder se é certo ou errado, mas para entender o que esse gesto final comunica sobre a nossa esperança cristã. A pergunta, à primeira vista simples, carrega implicações teológicas profundas: o que devemos fazer com o corpo de alguém que morreu? O que a Bíblia, e a história da fé cristã, nos orientam sobre isso? Lembrei-me, ao refletir sobre o assunto, de uma célebre história filosófica envolvendo Diógenes de Sínope, discípulo de Antístenes e figura central do cinismo. Conta-se que, ao ser questionado sobre o destino de seu corpo após a morte, respondeu com típica ironia:
— Joguem-me onde quiserem
Quando lhe disseram que os cães e animais poderiam devorá-lo, retrucou:
— Então deixem um bastão ao meu lado, para que eu os afaste
E quando lhe lembraram que, morto, não poderia fazer isso, concluiu sarcasticamente:
— Ora, então por que eu me preocuparia com o destino do meu corpo?
Essa visão filosófica de indiferença radical diante do corpo humano, encontrada em Platão, Pitágoras, Plotino, etc.… contrasta profundamente com a cosmovisão bíblica (MARKOS, 2024, p. 154-155). Para as Escrituras, o corpo não é um invólucro descartável, mas parte essencial da criação: expressão visível da dignidade humana (Gn 1.26-27) e elemento integrante da futura ressurreição (1Co 15.42-44) (WALKER, 2024, p. 55). Em toda a Bíblia, o corpo é tratado com reverência, tanto na vida quanto na morte (Cf. HUBBARD, 1996, p. 154). Por isso, a escolha entre cremação ou sepultamento não é irrelevante para quem leva a fé cristã a sério. Aquilo que fazemos com o corpo no momento da morte comunica, silenciosamente, mas poderosamente, o que cremos sobre o corpo em vida… e além dela. Assim, a resposta a essa questão não deve partir de um pragmatismo cínico, como o de Diógenes, mas da esperança cristã ancorada na criação, redenção e ressurreição do corpo. John James Davis, em “What About Cremation? A Christian Perspective” (Tradução livre: O Que Dizer Sobre a Cremação? Uma Perspectiva Cristã), diz que “Na longa história da igreja cristã, o sepultamento sempre foi a tradição funerária normal. Contudo, nos últimos tempos, novas questões têm surgido devido à crescente popularidade e atratividade econômica da cremação. A cremação é geralmente definida como aquele “modo de disposição em que o corpo de alguém que morreu é rapidamente reduzido, pelo calor intenso, aos seus elementos componentes.” Infelizmente, o debate atualmente em curso sobre a aceitabilidade ou não da cremação como opção funerária para o cristão gira mais em torno de questões emocionais do que de fundamentos bíblicos” (1989, p. 12). Neste artigo, não pretendo tratar o tema pelo viés sentimental, mas à luz das Escrituras. Parto do princípio de que os autores bíblicos, ao narrarem, deixam sinais exegéticos — marcas literárias e teológicas — que revelam sua perspectiva. Nenhuma narrativa é neutra: cada história carrega, de forma explícita ou sutil, a posição teológica de seu autor. É justamente a partir dessa convicção hermenêutica que considero possível sustentar uma posição biblicamente fundamentada sobre o tema.
Sepultamento no Antigo Testamento
A cremação é uma prática antiga, embora nunca tenha sido majoritária nas culturas do Oriente Próximo. A arqueologia descobriu urnas contendo cinzas humanas, especialmente em Roma, mas, como observa John J. Davis, a prática da cremação pode ser rastreada até a Idade da Pedra, evidenciando sua origem muito remota. Isso significa que, nos tempos do Antigo Testamento, a cremação já era conhecida e praticada por povos vizinhos de Israel, mas não foi adotada como prática normativa pelo povo hebreu. Embora, em termos gerais, a cremação entre os semitas esteja associada à presença de povos estrangeiros, há evidências arqueológicas de cremação anterior à chegada dos “Povos do Mar” (c. 1200 a.C.) em Alalakh, o que sugere que alguns grupos semitas podem ter adotado essa prática esporadicamente, assim como os próprios hebreus, durante períodos de apostasia espiritual, chegaram a adotar costumes pagãos como o sacrifício humano. A prática padrão entre os hebreus, contudo, sempre foi o sepultamento.
Quando a cremação ocorria, representava:
- Uma ruptura com a tradição estabelecida.
- Ou uma necessidade excepcional e não desejável.
Como observa o renomado arqueólogo Roland de Vaux: “Queimar um corpo era uma afronta, infligida apenas a criminosos notórios (Gn 38.24; Lv 20.14; 21.9), ou a inimigos que alguém desejava aniquilar para sempre (Am 2.1)”. Portanto, tanto biblicamente quanto culturalmente, a cremação jamais foi uma prática honrosa em Israel, mas esteve sempre ligada a punição, juízo ou situações excepcionais (1989, p. 24). Ser devorado vergonhosamente por aves e animais, por exemplo, era visto como uma das mais severas maldições da Lei Mosaica:
“Os teus cadáveres servirão de pasto a todas as aves do céu e aos animais da terra, e ninguém os espantará” (Dt 28.26).
A gravidade dessa sentença é ainda mais evidente ao notar que, mesmo um criminoso condenado à morte por enforcamento deveria, obrigatoriamente, receber um sepultamento (cf. Dt 21.22-23). Ou seja, negar o sepultamento era visto como um juízo extremo, e não como uma opção legítima de tratamento pós-morte. Entre os hebreus, o sepultamento (inhumação) era a prática regular, com pouquíssimas exceções. O ritual funerário seguia três elementos essenciais:
- Os ritos mortuários.
- A preparação do corpo.
- O depósito do corpo no túmulo.
Devido ao clima quente da Palestina e à regra de impureza ritual pelo contato com cadáveres (Nm 19.11-13), o sepultamento era realizado o mais rapidamente possível, geralmente dentro de 24 horas (cf. At 5.5-6,10). Nesse contexto, é instrutivo notar que os hebreus não adotaram a cremação, mesmo diante de razões práticas:
- A decomposição acelerada pelo calor.
- A impureza cerimonial provocada pelo cadáver.
- O fogo, símbolo bíblico de purificação, poderia parecer uma solução prática.
No entanto, a cremação foi conscientemente rejeitada. Isso sugere que havia razões teológicas e culturais profundas pelas quais os hebreus optaram por sepultar, mesmo quando a cremação pareceria uma solução mais eficiente. Tais razões ficam claras ao examinar as situações específicas em que corpos humanos eram queimados no Antigo Testamento: sempre como expressão de juízo, desonra ou maldição. As Escrituras não fornecem instruções detalhadas sobre rituais mortuários, mas diversos textos permitem reconstruir um panorama geral:
- Ao morrer, o filho mais velho ou o parente mais próximo fechava os olhos do falecido (Gn 46.4).
- Como a morte era comparada ao sono, esse ato tinha profundo valor simbólico.
- Em seguida, fechava-se a boca do falecido, o corpo era lavado (At 9.37) e ungido com aromas e especiarias (Jo 12.7; 19.39; Mc 16.1; Lc 24.1).
- O corpo era então envolto em panos de linho (cf. Mt 27.59; Jo 11.44; 19.40).
Assim, mesmo sem legislações extensas, a Bíblia deixa claro que o sepultamento honroso, e não a cremação, refletia a visão hebraica da dignidade do corpo e da esperança na ressurreição (DAVIS, 1989, p. 59-60). Apesar disso, há registros de práticas excepcionais no contexto israelita, especialmente quando influências culturais estrangeiras se impunham. Por exemplo, o embalsamamento, prática estranha à tradição hebraica, aparece no caso de Jacó e José, que foram mumificados no Egito, onde esse costume era comum (Gn 50.2-3, 26). Curiosamente, José foi sepultado em um caixão (Gn 50.26), algo igualmente atípico para os hebreus, cujo padrão histórico privilegiava a simplicidade e a devolução rápida do corpo à terra. Durante o período do Novo Testamento, era prática comum, após a decomposição da carne, recolher os ossos e colocá-los em pequenas caixas de pedra chamadas ossuários. Após ser lavado, ungido com óleos e especiarias e envolto em panos, o corpo era transportado até o túmulo sobre uma maca de madeira, carregada por amigos, servos ou parentes (2Sm 3.31). O funeral era acompanhado por lamentos realizados tanto por pranteadores profissionais quanto por membros da família. Rituais de luto cananeus, que incluíam cortes ou mutilações do corpo, eram proibidos pela lei mosaica (Lv 19.27-28; 21.5; Dt 14.1). O local de sepultamento poderia ser uma cova simples, uma caverna ou um túmulo escavado na rocha. Estes últimos eram, em geral, grandes o suficiente para servirem como túmulo coletivo de uma família, ao longo de várias gerações. O registro bíblico do sepultamento é claro: a (sepultamento) inhumação era a única prática aceitável tanto entre judeus quanto entre cristãos primitivos. Embora o ato de queimar o corpo humano não seja totalmente ausente no Antigo Testamento, sempre que aparece, é retratado de forma negativa. O Antigo Testamento utiliza pelo menos 15 termos hebraicos diferentes para descrever o ato de queimar. O mais comum é o verbo sāraph (שָׂרַף), que ocorre 117 vezes. Em sete dessas ocorrências, refere-se diretamente ao queimar corpos ou ossos até as cinzas.
A Cremação na Bíblia: Um Sinal de Juízo, Não de Honra
Segundo Davis, um exame atento das Escrituras demonstra que a cremação jamais foi considerada uma prática honrosa ou adequada entre os hebreus. Ao contrário, queimar um corpo humano está sempre associado a contextos de abominação, juízo divino, profanação ou necessidade extrema. Essa rejeição não foi meramente cultural, mas teológica: o corpo, criado por Deus (Gn 2.7) e destinado à ressurreição (Dn 12.2; Jo 5.28-29), era tratado com dignidade até na morte. O Antigo Testamento registra a cremação apenas em quatro contextos:
1️ – Sacrifício Humano: O Corpo Queimado Como Ofensa a Deus
O mais abominável uso do fogo contra corpos humanos foi o sacrifício de crianças em holocausto a Moloque, uma prática repetidamente condenada:
- Lv 18.21: “Não entregarás nenhum dos teus filhos para fazê-lo passar pelo fogo a Moloque.”
- Dt 12.31: Deus declara: “Eles queimam até seus filhos e filhas no fogo para os seus deuses.”
Apesar da proibição clara, reis como Acaz (2Rs 16.3) e Manassés (2Rs 21.6) caíram nesse paganismo detestável. O profeta Jeremias denuncia essa prática como algo que “nem subiu ao coração de Deus” (Jr 7.31; 32.35). Locais como o Vale de Hinom (Geena) tornaram-se símbolo de juízo eterno (Mt 5.22), pela associação com esses ritos de fogo e morte.
2️ – Punição Judicial: Fogo Como Juízo Final
A Lei Mosaica previa a cremação apenas como forma de punição extrema:
- Lv 20.14: Em casos graves de imoralidade sexual, “serão mortos e queimados no fogo”.
- Lv 21.9: A filha do sacerdote prostituta deveria ser “queimada no fogo”.
O episódio de Tamar (Gn 38.24) ilustra essa mentalidade: Judá ordena que ela fosse “queimada”, até ser confrontado pela verdade. No caso de Acã (Js 7.15,25), após sua execução, seus corpos e de sua família foram queimados como sinal público do desprezo divino. O local tornou-se um memorial da desobediência (Js 7.26).
Além disso, o próprio Deus usou o fogo como instrumento de juízo direto:
- Lv 10.1-5: Nadabe e Abiú foram consumidos pelo fogo divino.
- Nm 11.1-3: O fogo do Senhor destruiu os murmuradores.
- Nm 16.35: 250 líderes rebeldes foram destruídos por fogo celestial.
O fogo, portanto, consolidou-se como símbolo da ira de Deus — não como purificação funerária.
3️ – Profanação e Impureza: O Corpo Queimado Como Ato de Desprezo
Queimar ossos humanos era compreendido como uma forma extrema de profanação:
- 1Rs 13.2: O altar de Jeroboão seria profanado pelo sacrifício de ossos humanos sobre ele.
- 2Rs 23.15-20: O rei Josias queimou ossos de sacerdotes pagãos nos altares como ato simbólico de desprezo e purificação do culto idolátrico.
- 2Cr 34.5: Josias queimou os ossos dos sacerdotes sobre seus próprios altares.
Tocar ossos humanos tornava a pessoa ritualmente impura (Nm 19.11-16). Queimá-los intencionalmente, mais ainda.
4️ – Casos de Necessidade: A Exceção Que Confirma a Regra
Dois textos frequentemente usados para defender a cremação, quando corretamente interpretados, mostram o contrário: o uso do fogo apenas em circunstâncias extremas.
- 1Sm 31.11-13: Após a morte humilhante de Saul e seus filhos, e o risco de decomposição e desonra pública, os homens de Jabes-Gileade queimaram seus corpos e sepultaram os ossos. O verbo hebraico śāraph (שָׂרַף) indica uma queima real. Mas o gesto foi motivado por necessidade higiênica e logística, não como rito funerário. Eles preservaram os ossos para o sepultamento posterior (1Sm 31.13), o que mostra o desprezo pela redução total a cinzas.
- Am 2.1: Deus condena Moabe por ter queimado “os ossos do rei de Edom” até reduzi-los a cal. Esse ato é apresentado como motivo explícito do juízo divino sobre Moabe (HUBBARD, 1996, p. 154).
- Am 6.9-10: Durante um massacre, corpos acumulados eram queimados dentro das casas para prevenir epidemias. A cremação, aqui, é um ato sanitário diante da catástrofe.
Em síntese, ao longo de toda a Escritura, do Gênesis até o profeta Amós, a cremação surge não como honra, mas como expressão de juízo. Sempre que o fogo é aplicado aos corpos, é em contextos de idolatria (Lv 18.21), punição extrema (Lv 20.14), profanação deliberada (2Rs 23.15-20) ou necessidade sanitária excepcional (1Sm 31.12-13). Em nenhum momento ela aparece como um rito funerário legítimo, honroso ou desejável. Em contraste, o sepultamento, o retorno do corpo ao pó da terra (Gn 3.19), permanece como o padrão consistente e honrado:
- Adotado pelos patriarcas (Gn 23.19; 25.9).
- Mantido pelos reis e profetas (2Rs 23.30).
- E sobretudo, confirmado no sepultamento do próprio Cristo (Jo 19.38-42; 1Co 15.4), o qual sela definitivamente o valor teológico do sepultamento para o cristão.
Assim, na cosmovisão bíblica, o corpo humano não é um resíduo a ser eliminado rapidamente, mas parte integrante da dignidade da criação e da esperança da ressurreição. O fogo, nas páginas do Antigo Testamento, não simboliza despedida honrosa, mas desprezo, impureza e juízo.
Diante disso, embora a Bíblia não estabeleça um mandamento explícito contra a cremação, o testemunho contínuo das Escrituras convida o povo de Deus a valorizar o sepultamento como sinal visível da esperança cristã: a de que, assim como o corpo de Cristo repousou no túmulo apenas por um tempo, também aqueles que nele dormem aguardam a gloriosa ressurreição (1Ts 4.14).
Supostas Referências à Cremação na Bíblia
Algumas passagens do Antigo Testamento foram equivocadamente interpretadas como referência à cremação de reis israelitas. Por exemplo:
- Em 2 Crônicas 16.14, sobre o rei Asa: “Sepultaram-no no sepulcro que mandara abrir para si na Cidade de Davi, deitaram-no sobre um leito cheio de especiarias e diversos unguentos preparados segundo a arte dos perfumistas, e acenderam em sua honra uma grande fogueira”.
- Em 2 Crônicas 21.19, a morte de Jeorão: “E o seu povo não lhe acendeu fogueiras, como fizera a seus pais”.
- E em Jeremias 34.5, quando o rei Zedequias recebe a promessa: “…fogo acenderão em tua honra”.
A questão nessas passagens gira em torno da expressão “acender fogo em sua honra”. Contudo, comentaristas são unânimes em afirmar que essas referências não indicam cremação, mas a queima de especiarias e perfumes como parte do ritual funerário honorífico, prática distinta e cerimonial, e não destrutiva do corpo.
Sepultamento no Novo Testamento
O Novo Testamento não contém referência alguma à cremação, a menos que se cometa o equívoco de interpretar dessa forma as palavras de Paulo em 1 Coríntios 13.3: “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (NVI). Há um consenso quase universal de que essa frase não se refere à cremação. Na verdade, a expressão pode ser interpretada de duas formas: alguns sugerem que Paulo está fazendo alusão a algum tipo de marca física (branding) associada à escravidão, mas a maioria dos comentaristas entende como uma referência a uma forma extrema de martírio (HENRY, 2007, p. 147). Em conformidade com a tradição judaica consolidada, todos os sepultamentos registrados no Novo Testamento ocorreram por meio do sepultamento:
- O rico (Lc 16.22),
- João Batista (Mc 6.29),
- Lázaro (Jo 11.17-19),
- Ananias e Safira (At 5.6,10),
- Estevão (At 8.2),
- E, mais significativamente, o próprio Cristo (Mt 27.57-61; 1Co 15.4).
Todos foram colocados em túmulos após a morte. Considerando que os romanos, desprezados pelos judeus, praticavam amplamente a cremação, seria altamente improvável que os judeus, e especialmente a comunidade cristã primitiva, tivessem adotado essa prática. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento evidenciam que, entre os judeus, a única forma aceitável era o sepultamento do corpo. Carl Henry mostra que os poucos registros de cremação, como o caso parcial de Saul e seus filhos (1Sm 31.12) ou a queima de corpos após uma catástrofe (Am 6.10), foram medidas excepcionais, impostas por circunstâncias extremas, e nunca refletiram a prática tradicional ou normativa de Israel. A condenação severa de Deus contra Moabe, por reduzir os ossos do rei de Edom a cinzas (Am 2.1), lança uma sombra pesada sobre qualquer tentativa de normalizar a cremação como prática bíblica (2007, p. 147). Portanto, embora a Bíblia não forneça regulamentação formal sobre ritos funerários, o peso da evidência histórica e bíblica aponta que o método preferido e honroso de sepultamento sempre foi o retorno do corpo à terra, não sua destruição pelo fogo.
Sepultamento e Cremação na Igreja Primitiva
De modo geral, a igreja primitiva praticava o sepultamento e se opunha rigorosamente à cremação (HENRY, 2007, p. 147). Normalmente, o corpo era enterrado logo após a morte, e um culto ou cerimônia memorial era realizado no terceiro dia após o falecimento do cristão. A escolha do terceiro dia não era casual: representava uma reafirmação da crença na ressurreição de Jesus Cristo e na futura ressurreição de todos os crentes. O apologista Tertuliano chegou a ridicularizar a prática pagã da cremação. Para ele, havia uma contradição absurda entre utilizar o fogo para destruir o corpo e, depois, usar o fogo para oferecer sacrifícios aos mortos.
Em tom irônico, argumentava:
“Zombarei do destino comum da humanidade, especialmente quando ela queima cruelmente os mortos e depois os alimenta de forma voraz, assim tentando propiciá-los e ofendê-los com um e o mesmo fogo. Ó piedade que se diverte com a crueldade!”
Tertuliano ironizava: seria um sacrifício ou uma ofensa oferecer algo queimado àqueles cujos corpos já havia sido queimado? A contradição, para ele, era evidente. Os cristãos primitivos, por sua vez, normalmente sepultavam seus mortos em sudários simples, utilizando caixões de madeira ou, ocasionalmente, de chumbo. Uma exceção notável era a prática copta no Egito, que recorria à mumificação. O consenso quase unânime entre os escritores e líderes da igreja primitiva era claro: a cremação estava associada a ritos e práticas incompatíveis com os princípios fundamentais da fé cristã. Como prova disso, durante as perseguições, os inimigos da igreja procuravam frustrar a esperança cristã na ressurreição, queimando os corpos dos mártires e espalhando suas cinzas no vento ou em rios, tentando, assim, impedir simbolicamente a ressurreição dos corpos. Tão profunda era a convicção da igreja primitiva sobre o valor do sepultamento que, quando um bárbaro se convertia ao cristianismo, era-lhe exigido o abandono da prática da cremação. A partir da conversão, deveria sepultar seus mortos por sepultamento simples, como testemunho visível da nova fé. Assim, para Tertuliano e outros pais da Igreja, a cremação era não apenas uma prática pagã, mas incoerente com a fé cristã na ressurreição e no valor do corpo humano (1989, p. 32). Segue uma lista, elaborada pela Reformed Church in the United States (RCUS) (2019, p. 8-16), com exemplos de pensadores e teólogos que rejeitaram a cremação:
- Justin Mártir (100–165) – Enfatizou que o corpo humano foi moldado pelas mãos de Deus e, portanto, é precioso e digno de respeito mesmo após a morte.
- Marcus Minucius Felix (260) – Defendeu o sepultamento como prática antiga e superior, apontando a natureza como testemunha da ressurreição futura.
- Ireneu de Lyon (130–202) – Comparou o sepultamento à semeadura de uma semente, argumentando que o corpo, mesmo decomposto, ressurgirá transformado na ressurreição.
- Lactâncio (240 – 320) – Considerava o sepultamento um mandamento de Deus (Gn 49.29-31; Mc 14.8-9), vendo o corpo como imagem e obra de Deus que deve retornar à terra.
- João Crisóstomo (349–407) – Afirmou que a natureza ensina o sepultamento como destino comum do corpo, prática respeitada universalmente.
- Agostinho de Hipona (354–430) – Argumentou que o sepultamento reflete a providência de Deus mesmo sobre o corpo morto, sendo um ato piedoso que expressa fé na ressurreição.
- Eusébio de Cesareia (260–340) – Registrou como perseguidores queimavam corpos de mártires para tentar negar-lhes a esperança da ressurreição, ressaltando o antagonismo entre cremação e fé cristã.
- Tertuliano (160–220) – Ridicularizou a incoerência pagã de queimar os mortos e depois oferecer sacrifícios sobre suas cinzas, rejeitando o costume como cruel e contraditório.
- Francis Schaeffer (1912–1984) – Observou que o avanço do cristianismo no Império Romano pode ser rastreado pelo abandono da cremação e adoção do sepultamento.
- João Calvino (1509–1564) – Viu o sepultamento como prática universal e sagrada, interpretada como um testemunho implantado por Deus na consciência humana sobre a esperança da ressurreição.
Em síntese, todos defendem o sepultamento por motivos bíblicos, teológicos e simbólicos, valorizando o corpo como criação de Deus, templo do Espírito Santo e semente da ressurreição futura. A cremação no Império Romano foi uma prática popular até começar a declinar por volta do ano 200 d.C.. Ela foi oficialmente proibida durante o reinado de Constantino, o Grande (306–337 d.C.). As razões para o declínio dessa prática após o segundo século têm sido objeto de muita especulação. Alguns argumentam que o avanço do cristianismo contribuiu para essa mudança, já que a fé cristã favorecia o sepultamento como testemunho da esperança na ressurreição. Peter C Jupp diz que: “nos primeiros séculos do cristianismo, embora o Império Romano praticasse tanto o sepultamento quanto a cremação, a Igreja optou fortemente pelo sepultamento, ligada à fé na ressurreição do corpo (1Co 15.42-44). Desde cedo, enterro e esperança futura tornaram-se inseparáveis: a “semeadura” do corpo na terra (1Co 15.37-44) simbolizava o seu ressurgimento glorioso, como afirmou Paulo ao declarar Cristo como as “primícias dos que dormem” (1Co 15.20). A Igreja, portanto, associou teologicamente o destino do corpo ao destino eterno da alma” (2006, p. 4).
Darrell Stein observa que:
Os concílios e sínodos da igreja primitiva não emitiram nenhum cânon contra a cremação. Por quê? Porque não havia necessidade disso, uma vez que a cremação era uma prática cultural que os cristãos simplesmente não imitavam. Não há um único registro de cristãos que tenham cremado seus mortos. Não existia nenhuma proibição legalizada contra a cremação na Antiguidade cristã. Nenhuma foi necessária, pois os cristãos, por causa de sua fé, a abominavam.
Os judeus sempre rejeitaram a cremação como rito funerário. A Mishná ensinava que o costume de queimar corpos humanos era inaceitável e considerado uma forma de idolatria (2019, p. 7). Alfred Edersheim, comentando sobre as práticas funerárias dos judeus na época de Cristo, escreveu: “A cremação era denunciada como uma prática puramente pagã, contrária a todo o espírito do ensino do Antigo Testamento” (1876. p. 169). Essa forte aversão judaica à cremação e o compromisso igualmente sólido com o sepultamento, enraizados nos ensinamentos e práticas do Antigo Testamento, foram herdados pela igreja cristã primitiva. O historiador S. M. Houghton destaca que a prática judaica “está na raiz do costume cristão. O Evangelho de João inclui a frase: ‘como é o costume dos judeus enterrar’ (Jo 19.40), e todo o conjunto do testemunho do Antigo e do Novo Testamento constitui a força do argumento em favor do sepultamento cristão, contra o apelo moderno da cremação”. O historiador da igreja Philip Schaff resume o ethos da igreja primitiva: “Os cristãos primitivos sempre demonstraram um cuidado terno para com os mortos; sob a vívida impressão da comunhão ininterrupta dos santos e da futura ressurreição do corpo em glória. Pois o cristianismo redime o corpo assim como a alma, consagrando-o como templo do Espírito Santo. Por isso, o costume grego e romano de queimar o cadáver (crematio) era repugnante ao sentimento cristão e à sacralidade do corpo”. Após a era apostólica, os cristãos tornaram-se conhecidos por sua oposição ao infanticídio, abandono infantil, aborto e suicídio — porque criam na santidade do corpo humano. Rejeitavam a cremação pelo mesmo motivo: não acreditavam que a santidade do corpo cessava após a morte. Além disso, optavam pelo sepultamento também porque Cristo foi sepultado. Assim como seguiram Jesus na vida, desejavam segui-Lo na morte, sendo, como Ele, colocados para descansar na terra (2019, p. 7).
Sepultamento na modernidade
Desde a igreja primitiva, passando pela Idade Média e chegando aos reformadores, a cremação foi amplamente rejeitada. Contudo, na modernidade, esse cenário mudou. Um dos fatores decisivos para o avanço da cremação foi o processo de secularização, que esvaziou o sentido teológico da morte e reduziu o cuidado com o corpo a uma questão prática e econômica. As práticas tradicionais, carregadas de significados religiosos e valores herdados, foram sendo gradativamente abandonadas (EBERSTADT, 2013, p. 7-8). O sepultamento, que outrora era compreendido como um ato simbólico carregado de esperança escatológica, tornou-se mera questão econômica e social, desprovido de seu sentido metafísico (DAVIS, 1989, p. 16-17). O rito perdeu o significado; o corpo, sua sacralidade. Peter C. Jupp observa que o declínio dessa visão cristã do sepultamento ocorreu com a secularização: a cremação, antes associada a paganismo e desprezo, tornou-se prática conveniente e econômica, desvinculada de significados escatológicos. A separação entre o rito e a fé na ressurreição reflete não apenas mudanças práticas, mas a erosão da cosmovisão cristã. Assim, a história revela que o sepultamento foi mais do que uma prática funerária: foi uma proclamação litúrgica da esperança cristã. Substituí-lo indiscriminadamente pela cremação não representa apenas uma escolha logística, mas um enfraquecimento simbólico da confissão: “Creio na ressurreição do corpo” (2006). A modernidade, marcada pela racionalização e pelo pragmatismo, esvaziou os símbolos e dessacralizou os ritos funerários. O corpo humano, antes honrado como parte da criação divina, passou a ser visto como um resíduo biológico a ser descartado da forma mais eficiente possível. A lógica que predomina é: o que é mais prático? O que custa menos? O que gera menos transtorno? Assim, a morte foi privatizada, e o luto, burocratizado. O sociólogo Norbert Elias, em sua obra A Solidão dos Moribundos, descreve como o processo de morrer foi gradualmente afastado da esfera pública e do convívio familiar. Não se morre mais à vista dos filhos e netos; a morte foi retirada do cotidiano, escondida em hospitais e instituições. A morte, antes integrada à vida, tornou-se um tabu silencioso, um evento desconectado do convívio social. O homem moderno, paradoxalmente, vive obcecado pela negação da morte, buscando desesperadamente a imortalidade em procedimentos estéticos, na idolatria da juventude e na medicalização da existência. Mas a morte permanece o intruso inevitável, que sempre chega sem aviso, mesmo quando socialmente ignorada. Neste cenário, a cremação surge como expressão visível de uma sociedade que, tendo perdido a esperança escatológica, tenta lidar com a morte da forma mais rápida, limpa e indiferente possível.
Ao pó tornarás…
Por fim, surge uma última e inevitável pergunta: A cremação é pecado? Creio que a resposta, biblicamente falando, é simples: não. Não considero que a cremação, em si, constitua um pecado diante de Deus. Mas uma segunda pergunta precisa ser feita: A cremação é recomendável para o cristão? Aqui, minha resposta é igualmente clara: não. A maturidade cristã nos ensina que a vida de fé não consiste em procurar o limite entre o lícito e o ilícito, como se a pergunta essencial fosse “isso é pecado ou não?”. Antes, o discípulo de Cristo é chamado a buscar aquilo que mais glorifica a Deus, aquilo que melhor comunica, por atos e símbolos, a esperança do evangelho. Nem tudo o que não é pecado é proveitoso (1Co 10.23). Nem tudo o que é permitido edifica. Diante disso, estou convencido de que a cremação é uma prática da qual o cristão deveria se afastar. Não por ser uma transgressão moral direta, mas porque ela rompe com um padrão bíblico e histórico, que, ao longo das Escrituras e da tradição da fé, revela-se como o modelo mais coerente e honroso diante do Criador. Basta olhar a Bíblia: Abraão, Sara, Isaque, Jacó, Moisés, Davi, Jesus, todos foram sepultados. O sepultamento, no testemunho das Escrituras, não é apenas uma questão cultural, mas um testemunho simbólico da dignidade do corpo e da esperança da ressurreição. Por isso, mesmo sem classificar a cremação como pecado, afirmo com convicção pastoral: não é a melhor escolha para aqueles que aguardam a ressurreição dos mortos.
A metáfora da semente
O apóstolo Paulo, ao tratar da ressurreição dos mortos, emprega em 1Coríntios 15.36-44 a metáfora da semeadura: o corpo não é destruído, mas semeado, inteiro, como semente, para ser transformado na ressurreição. O ato de “semeá-lo corruptível” e levantá-lo incorruptível (1Co 15.42) revela não apenas um processo, mas um princípio teológico: o corpo entregue à terra participa sacramentalmente da esperança da ressurreição (1Co 15.44) (Cf. FEE, 2019, p. 983, 992). Como Paulo enfatiza, “semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual”, não um corpo substituto, mas o mesmo corpo redimido (Fp 3.21). A própria analogia agrícola exige a preservação do corpo como “semente”, não pulverizada, mas íntegra, adormecida na terra (1Co 15.37). Assim, o sepultamento não é mera convenção cultural, mas o gesto que melhor encarna o drama escatológico cristão: corpo plantado, corpo glorificado (1Co 15.43-44). A cremação, ao destruir o corpo pela antecipação do fogo, rompe essa analogia paulina, obscurecendo a imagem do corpo como semente. Além disso, o tema paulino do sono dos mortos (1Co 15.51; 1Ts 4.13-16) reforça essa visão: o corpo aguarda, inteiro, o despertar final (1Ts 4.16). Destruí-lo pelo fogo — símbolo do juízo (2Ts 1.7-9; Ap 20.14), compromete a coerência visual e teológica dessa esperança. Por isso, na teologia paulina, o sepultamento funciona como símbolo escatológico: é pregar a ressurreição com o próprio corpo. Como Cristo foi sepultado e ressuscitou (1Co 15.4), também aqueles que “dormem em Cristo” (1Co 15.18) são entregues à terra como sementes da nova criação.
Conclusão
Diante da análise bíblica, patrística e histórica, torna-se evidente que a cremação, embora não seja formalmente condenada como pecado, representa um afastamento da visão cristã clássica sobre a dignidade do corpo e a esperança da ressurreição. O testemunho das Escrituras, do sepultamento de Abraão (Gn 25.9), Moisés (Dt 34.6), Davi (1Rs 2.10), Lázaro (Jo 11.17), Estevão (At 8.2) e, sobretudo, do próprio Cristo (Jo 19.38-42; 1Co 15.4), estabelece o sepultamento como paradigma da esperança cristã. A metáfora paulina da semente (1Co 15.36-44) não sugere destruição, mas o repouso do corpo como semente que aguarda sua glorificação. Historicamente, a Igreja, desde os apóstolos e os pais da Igreja até os Reformadores, preservou o sepultamento como rito que simboliza, sacramentalmente, a esperança da ressurreição do corpo. Não por mero tradicionalismo, mas por profunda convicção teológica, a Igreja histórica preservou o sepultamento como a prática funerária ordinária, reconhecendo que o corpo humano não perde sua dignidade na morte. Ao contrário, permanece como parte da criação boa de Deus (Gn 2.7), objeto da redenção realizada em Cristo e da glorificação futura (Rm 8.23; Fp 3.20-21). O corpo é “templo do Espírito Santo” (1Co 6.19-20), e, portanto, mesmo morto, não é um resíduo a ser descartado, mas uma semente a ser “semeada” no solo, conforme a analogia apostólica (1Co 15.36-44). O rito do sepultamento, assim, não apenas honra o corpo, mas professa visualmente a esperança da ressurreição. Por essa razão, a cremação, na tradição bíblica, está recorrentemente associada ao juízo divino (Lv 20.14; Js 7.25; Am 2.1), à idolatria (2Rs 23.10), à profanação (2Rs 23.16-20) ou a punições extremas (Gn 38.24). Em nenhum contexto escriturístico o fogo é sinal de esperança escatológica para os justos: ele figura consistentemente como instrumento de purgação ou destruição (Is 66.15-16; Mt 3.12; 2Ts 1.8; Ap 20.14). O simbolismo do fogo não é ambíguo na teologia bíblica: é imagem do juízo, não da redenção. Por isso, diz Henry, nunca foi reconhecido pela Igreja como sinal legítimo da esperança cristã (2007, p. 147). Afirmar que cremação e sepultamento são práticas equivalentes não apenas ignora esse testemunho bíblico, mas dilui o simbolismo escatológico do evangelho. O cristianismo não reduz a morte à decomposição biológica: até mesmo o cadáver proclama algo. Se com os lábios confessamos “Creio na ressurreição do corpo” (1Co 15.42-54; Jo 5.28-29), devemos igualmente confessá-lo com os ritos da morte. O destino do corpo não é uma questão neutra: ele testemunha, silenciosa, mas visivelmente, aquilo em que cremos.
Portanto, mesmo sem declarar a cremação como pecado, visto que a Escritura não a proíbe explicitamente, o peso cumulativo da revelação bíblica e da tradição eclesial aponta em uma direção incontornável: o sepultamento, e não a cremação, deve permanecer como o rito preferencial do cristão. Este gesto litúrgico e escatológico comunica com clareza a antropologia bíblica (Gn 2.7), a redenção corporal (Rm 8.11) e a esperança da ressurreição futura (Fp 3.20-21). É a última pregação silenciosa da esperança cristã, feita não mais com palavras, mas com o próprio corpo. Assim, quem deseja proclamar até no ato final da vida a esperança da vitória sobre a morte e a fidelidade do Deus criador e redentor, deve considerar o sepultamento não como um resíduo de um passado tradicionalista, mas como uma prática teologicamente coerente, pastoralmente significativa e simbolicamente fiel ao evangelho. Reafirmo, portanto: o sepultamento não é mero costume cultural, mas uma liturgia silenciosa e visível, uma proclamação escatológica da ressurreição dos mortos. Escolher sepultar o corpo do cristão é alinhar o último gesto da comunidade com a esperança de 1Coríntios 15.54-55: “Tragada foi a morte na vitória…”. Por isso, mesmo reconhecendo a cremação como pastoralmente tolerável em certas circunstâncias, ela não expressa, nem pode expressar, o cerne da esperança cristã.
Sepultar é crer, visivelmente, na ressurreição.
Referências bibliográficas
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Ev. Jonas Mendes
[1] Ministro do Evangelho, membro do Conselho de Educação e Cultura das Assembleias de Deus de Cuiabá e Região. Graduado em Teologia, com pós-graduação em Teologia do Novo Testamento. Licenciado em Filosofia e Pedagogia; Mestre e Doutorando em Filosofia pela UFMT, coautor do livro “Hermenêutica: uma introdução à intepretação bíblica”, e autor do livro “Livre-arbítrio e Soberania divina” e “A morte de Deus e o crepúsculo da cultura ocidental”. Professor de Teologia na Faculdade FEICS e de Filosofia na Faculdade FASIPE.