6 agosto, quarta-feira, 2025
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“Reaja Brasil”: atos por impeachment de Moraes e Lula mobilizam oposição pelo país

Parlamentares da direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão indo às ruas neste domingo (3) para pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa é a primeira vez que os organizadores vão pulverizar os atos em todo o país com a convocação de atos em ao menos 37 cidades

Os atos já começaram nesta manhã em ao menos quatro capitais: Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Goiânia (GO). Na capital de São Paulo a manifestação deve ocorrer somente a tarde, mas por volta das 11h já havia mobilização de pessoas vestidas de verde e amarelo na Avenida Paulista. Já havia também cartazes com os rostos do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) e a frase “Inimigos da Nação”, além de pedidos por anistia.

Na capital federal, manifestantes vestidos de verde e amarelo gritavam as palavras de ordem “fora Lula, fora Moraes”, enquanto parlamentares de direita, como as deputadas federais Bia Kicis (PL-DF) e Caroline De Toni (PL-SC) e o deputado distrital Thiago Monzani, discursavam.

Em seu discurso, a deputada Bia Kicis criticou o projeto de lei apresentado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) que visa punir o “crime de traição nacional” com pena de 20 a 40 anos de prisão. “Vamos falar para eles quem são os traidores da Pátria! Aqueles partidos que recebem dinheiro de fora, de narcotraficantes, aqueles que querem entregar o Brasil pra China, que criaram o Foro de São Paulo. Aqueles que receberam ajuda da Usaid para interferir nas eleições de 2022 e calar a voz dos conservadores e atrapalhar a eleição do Bolsonaro. Esses são os traidores da Pátria. Se vier uma lei de traidores, quem vai em ‘cana’ são eles”, disse a deputada. O discurso foi seguido por gritos de “fora Lula” e “fora Moraes”.

À Gazeta do Povo, Caroline De Toni disse que com os atos o Brasil está mostrando mais uma vez o que anseia. “Anistia já, fora Lula e fora Moraes”, listou a deputada catarinense.

Em Belo Horizonte, manifestantes concentrados na Praça da Liberdade entoavam um coro de “obrigado Eduardo Bolsonaro”, em referência à articulação feita pelo deputado licenciado junto ao governo de Donald Trump para a aplicação de sanções contra Moraes. Também houve gritos em favor da anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023. E breve, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) deve discursar no ato.

Direto dos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) marcou presença na manifestação na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e agradeceu ao público pelo apoio durante sua participação ao vivo, transmitida pelo telão do evento. O filho do ex-presidente afirmou que as sanções contra o ministro do STF podem ser ampliadas também para o continente europeu, com o apoio de parlamentares da direita.

“Ninguém faz nada sozinho. Se vocês não estivessem nas ruas, essas imagens não estariam correndo o mundo; eu não estaria aparecendo na imprensa internacional nem conseguiria manter contato e sustentar, junto ao eurodeputado Dominik Tarczynski, o pedido para que agora, com mais 15 deputados europeus, se busque sancionar Moraes também na União Europeia”, declarou. “Em breve, nem Paris haverá mais para eles”, completou Eduardo.

Ele afirmou ainda que está com as contas bloqueadas no Brasil e que, se tivesse permanecido no país, já estaria preso, assim como os acusados nos processos do 8 de janeiro. O filho do ex-presidente Bolsonaro também cobrou a votação imediata do PL da Anistia no Congresso Nacional.

“Estou me lixando, Alexandre de Moraes, se você está me chamando de miliciano, porque você fez muito pior. Está mandando senhoras de idade para a cadeia, colocou o Filipe Martins seis meses na cadeia, começando pela solitária […]. Aqui, Cármen Lúcia, não são 213 milhões de pequenos ditadores, é o povo brasileiro que está dando o recado”, afirmou.

No interior do país também há mobilização. Em, Chapecó, cidade do Oeste de Santa Catarina, por exemplo, uma carreta já ocorreu.

Segundo o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores, a ideia é “marcar posição” contra os abusos nas decisões do ministro Alexandre de Moraes. A expectativa da oposição é de que as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o magistrado do STF nesta semana ampliem a mobilização dos apoiadores de Bolsonaro. Moraes foi incluído na lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky. A legislação impede o ministro do Supremo de entrar nos Estados Unidos, além de vetar transações financeiras no país e com empresas americanas. 

“A convocação para a manifestação é para todas as cidades. Pode ser uma caminhada, uma carreata, uma motociata, ir até a praça da cidade – o importante é sair às ruas de verde e amarelo. É esse o chamado que estamos fazendo para todas as cidades brasileiras, diferente das manifestações anteriores, que foram concentradas no Rio ou em São Paulo”, disse Malafaia. 

O ex-presidente Bolsonaro não vai comparecer aos atos, pois está impedido de deixar sua residência em Brasília aos finais de semana por conta das medidas restritivas impostas por Moraes. Apesar disso, políticos aliados de Bolsonaro se organizam para representá-lo em diversas regiões do país.  

Em São Paulo, onde é esperada a maior concentração de público, o evento será liderado por Malafaia e pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a partir das 14h. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não deve comparecer porque vai passar por um procedimento médico. 

“Nosso foco é defender a liberdade, [protestar] contra os absurdos de Alexandre de Moraes, apoiado pela ‘Suprema Corte de Censura’”, completou Malafaia. 

Nikolas Ferreira defende que o momento é o mais oportuno para a mobilização. O deputado protocolou na última quarta-feira (30) um novo pedido de impeachment contra Moraes. 

“Não se trata mais de denúncia isolada. O mundo está assistindo. E agora, oficialmente, uma das maiores democracias do planeta reconhece que há no Brasil um magistrado que viola direitos fundamentais, persegue opositores e destrói as bases do Estado de Direito”, defendeu o deputado.  

Os organizadores também prometem defender a pauta do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O tema será levantado ainda que, nos bastidores da oposição, a opção seja vista como pouco provável, pois não haveria tempo suficiente para concluir o processo até o fim do mandato presidencial.

Gazetadopovo

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