A Câmara de Vereadores de Cuiabá foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (29). A ação policial foi desdobramento da Operação Perfídia, conduzida pela Polícia Civil, que resultou no afastamento dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), em abril deste ano.
O Legislativo municipal não informou quais gabinetes foram alvos dos policiais, sob argumento de que as investigações tramitam em segredo de Justiça.
“A Casa de Leis adotou todas as medidas necessárias para garantir o pleno acesso às informações solicitadas, colaborando integralmente com as autoridades competentes e assegurando o respeito ao devido processo legal, primando pela ética e transparência”, diz nota enviada à imprensa.
Vereadores afastados
Chico 2000 e Sargento Joelson são acusados de solicitar propina a um então funcionário da HB20 Construções, responsável pela execução das obras no Contorno Leste. O pagamento seria uma condição para articular na Câmara a aprovação de um projeto de lei que possibilitou o recebimento de R$ 4.849.652,46, pagos pela Prefeitura de Cuiabá à empresa.
Na época, Chico 2000 atuava como presidente da Mesa Diretora da Casa e tinha poder de influência sobre os demais vereadores, além de determinar o que era ou não votado em plenário. De acordo com as investigações, a propina teria sido paga ao Sargento Joelson, que recebeu R$ 250 mil. Sendo R$150 mil via Pix e R$100 mil em espécie.
Medidas
Além do afastamento, Chico 2000 e Sargento Joelson foram proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e com servidores da Câmara, e de acessar as dependências do órgão legislativo ou as obras do Contorno Leste.
Além disso, os dois não podem se ausentar da cidade sem autorização judicial e tiveram que entregar seus passaportes.
O esquema foi denunciado pelo prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL), enquanto ele era deputado federal.
A ordem de afastamento é de 180 dias e, enquanto isso, eles continuam recebendo salário mensal de R$ 26 mil cada.
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