O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), criticou a proibição de dar entrevista imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.
A medida foi imposta na última sexta-feira (18) pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, e faz parte de uma série de restrições a Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno e a proibição do uso de redes sociais.
Abilio questionou a imposição e recordou que, mesmo preso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode se manifestar publicamente.
“O Lula deu entrevista quando estava preso. O Marcola, chefe de organização criminosa, deu entrevista quando estava preso. Você percebe que só o Bolsonaro que não”, afirmou Brunini à imprensa na quarta-feira (23).
O prefeito citou um episódio recente, em que Bolsonaro foi abordado por jornalistas na escadaria do Congresso Nacional. Bolsonaro é investigado em ações que tramitam no STF, mas segue em liberdade, com restrições judiciais monitoradas.
“Você acha que é justo um cara que tá livre, a tornozeleira está ali só pra monitoramento, ele não foi condenado ainda, não poder dar entrevista? Não prejudica a profissão de vocês?”, questionou.
Abilio também afirmou que a proibição configura censura prévia.
“É uma censura prévia. Esse tipo de medida só mostra o estado autoritário que nós estamos no nosso país”, completou.
A entrevista concedida por Lula citada por Abilio foi veiculada no dia 02 de maio de 2019, cerca de 7 meses após sua prisão. Inicialmente, Lula também foi proibido de dar entrevistas pelo então juiz federal e hoje senador, Sérgio Moro (União-PR). No dia 28 de setembro de 2018, o então ministro do STF Ricardo Lewandowski chegou a autorizar que Lula falasse com a Folha de São Paulo, mas a decisão foi revogada no mesmo dia pelo ministro Luiz Fux.
Repórter MT
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