Água gelada, baleia-azul, sal e gelo. Desafios que surgem na internet chamam a atenção dos mais novos e colocam frequentemente a vida de crianças e adolescentes em perigo. Na última semana, um menino de 12 anos se tornou mais uma dessas vítimas ao tentar um challenge conhecido nas redes sociais como “desafio do apagão”. A informação foi divulgada por uma campanha do GoFundMe criada por um parente.
A polícia de West Yorkshire anunciou que a criança morreu em Castleford (Inglaterra) na sexta-feira (27/06), de acordo com o canal local “Yorkshire Live”. “A polícia foi chamada por colegas da ambulância para um endereço em Manor Grove, Castleford, às 18h06, após relatos de preocupação com a segurança de uma criança”, disse a instituição ao veículo em um comunicado.
O desafio do apagão envolve sufocar-se. Essa atitude priva o cérebro de oxigênio e pode resultar em danos cerebrais ou até mesmo a morte, como no caso de Sebastian. Em 2022, o jornal “The Independent” relatou que pelo menos 20 mortes foram associadas ao desafio em 18 meses, com 15 das vítimas tendo 12 anos ou menos.
“Sebastian tinha apenas 12 anos. Um menino cheio de sonhos, paixão e um talento incrível. Aprendeu sozinho a tocar violão e teclado e adorava desenhar. Sempre sorridente, gentil e cheio de alegria, todos que o conheceram ficaram tocados por seu espírito gentil”, traz a campanha no GoFundMe.
A organizadora da campanha, que arrecadou mais de US$ 4.100,00 (R$ 22,448,73) para apoiar os pais de Sebastian, também encorajou outros pais a “conversarem com seus filhos sobre o que eles fazem on-line”.
“Pergunte o que eles assistem, com quem conversam, o que os inspira. Esteja presente. Não presuma: ‘Meu filho jamais faria isso’. O mundo online pode ser tão perigoso quanto o mundo real, às vezes até mais”, escreveu ela.
Vítimas
A morte do menino de 12 anos aconteceu poucos meses depois que os pais de quatro adolescentes britânicos entraram com uma ação judicial nos Estados Unidos contra o TikTok pelas mortes de seus filhos devido ao desafio do apagão.
Segundo o “The Guardian”, o processo, aberto em fevereiro deste ano, alega que Isaac Kenevan, de 13 anos, Archie Battersbee, de 12, Julian Sweeney, de 14, e Maia Walsh, de 13, morreram em 2022 enquanto tentavam o desafio.
“O algoritmo do TikTok direcionou propositalmente conteúdo perigoso a essas crianças para aumentar seu tempo de interação na plataforma e gerar receita. Foi uma decisão comercial clara e deliberada do TikTok que custou a vida dessas quatro crianças”, disse um advogado do Centro de Advocacia para Vítimas de Mídias Sociais na época.
O TikTok declarou anteriormente que as buscas por vídeos ou hashtags relacionadas ao desafio foram bloqueadas desde 2020. As diretrizes de conteúdo da plataforma de vídeo afirmam que ela proíbe conteúdo ou desafios perigosos, visa removê-los o mais rápido possível e direciona os usuários que buscam esse conteúdo para informações de segurança e outros recursos.
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