A investigação sobre o esquema de corrupção dentro da Câmara de Cuiabá apontou que os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) receberam, pelo menos, R$ 250 mil da empresa responsável pelas obras do Contorno Leste para aprovarem um projeto de interesse da empresa. Os dois foram afastados das funções públicas após serem alvos da Operação Perfídia, nessa terça-feira (29).
Conforme as investigações da Polícia Civil, a propina foi paga por um funcionário da empresa dentro dos próprios gabinetes dos vereadores.
Em nota, a Câmara informou que está colaborando com o levantamento das informações solicitadas pela polícia, incluindo imagens do prédio no período de agosto de 2023 a agosto de 2024, quando o pagamento ilícito teria ocorrido.
Como o suposto esquema funcionava?
- Denúncias apontaram que os vereadores teriam solicitado propina para aprovar um projeto de lei em prol da empresa HB 20 Construções EIRELI, responsável pelas obras do Contorno Leste;
- Um funcionário da HB 20 relatou à polícia que realizou o pagamento de R$ 250 mil aos parlamentares, sendo R$ 150 mil por transferências via Pix e R$ 100 mil entregues em espécie;
- As negociações aconteciam nos gabinetes dos vereadores, dentro do órgão legislativo;
- O projeto permitia à prefeitura parcelar dívidas tributárias, que, em tese, facilitaria a liberação de pagamentos pendentes à HB 20;
- Após a aprovação do projeto de lei, a empresa recebeu um repasse de R$ 4,8 milhões da Prefeitura de Cuiabá, o que reforça, segundo a investigação, a existência de uma contrapartida ilícita;
g1-MT