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Morte de universitários em SP: motorista de carreta que bateu em ônibus nega que tenha bebido e culpa desnível na pista

O motorista Evandro Rogério Leite, de 51 anos, que dirigia a carreta que colidiu com um ônibus deixando 12 estudantes mortos e 19 feridos na noite desta quinta-feira (20) na rodovia Waldir Canevari (SP-355/330), entre Nuporanga (SP) e São José da Bela Vista (SP), disse à polícia que não tinha ingerido bebidas alcoólicas, não tinha dormido e que não estava correndo durante o acidente.

O motorista foi preso em flagrante pela Polícia Civil, está em um hospital sob escolta e responderá por homicídio, lesão corporal, omissão de socorro e tentativa de fuga. O teste do bafômetro foi realizado e o resultado deu negativo, segundo o delegado João Baptistussi Neto.

“Eu vinha vindo, passei e me perdi no buraco ali, saí fora [da pista]. Passei na valeta, deu aquela tremida, voltei de uma vez com o caminhão e peguei o ônibus que vinha vindo. Estava entre 40 e 60 km/h”, disse Evandro em vídeo divulgado pela polícia.

O motorista também negou que tenha cochilado no momento do acidente. Ele disse que havia dirigido cerca de 200 km antes da batida e que parou para descansar e tomar café.

De acordo com o delegado, o homem chegou a pensar em fugir, mas chamou um advogado devido aos ferimentos e se apresentou à polícia. O caminhão tinha saído de Onda Verde (SP) e seguiria para Itaú de Minas (MG).

Motorista do ônibus

Já o motorista do ônibus, Eduardo Henrique de Andrade Justino, de 42 anos, disse à polícia que avistou o caminhão vindo em sentido contrário, invadindo a faixa. Ele afirmou que levou o ônibus ao extremo da borda direita da via, mas o caminhão continuou avançando, provocando a colisão.

O trecho não possui acostamento asfaltado, apenas um acostamento de terra com um desnível considerável.

O motorista também disse aos policiais que ouviu os gritos dos estudantes que ficaram presos às ferragens. Eduardo disse que ficou preso no volante, mas conseguiu se soltar e sair do veículo. Ele também afirmou que não consumiu substâncias proibidas ou bebidas alcoólicas e que trafegava a aproximadamente 70 km/h.

Testemunhas que pararam para ajudar no momento do acidente disseram ao homem que viram o caminhão transitando em zigue-zague na pista.

O que dizem as empresas

J4 Transportes Rodoviários, responsável pela carreta disse que o motorista colidiu com o ônibus devido ao degrau na pista.

“O relato preliminar do motorista, que estava em estado de choque, é de que ele saiu um pouco para fora da pista, perdeu o controle do caminhão e, ao retornar, devido ao degrau, acabou puxando um pouco mais o veículo. Ele não sabe relatar como que foi, se na hora em que ele puxou atingiu o ônibus ou vice-versa”.

Em nota, a empresa G Ramos Transportes, responsável pelo ônibus, lamentou o acidente e disse que se dirigiu ao local imediatamente para auxiliar as vítimas com suporte e auxílio às vítimas. Disse também que está direcionando todos os recursos para orientação de todos os envolvidos.

Acidente grave

O ônibus levava estudantes da Universidade de Franca (Unifran) para o município de São Joaquim da Barra (SP), onde eles moravam. De acordo com a Polícia Civil, que investiga as causas do acidente, além do motorista do ônibus, havia 29 passageiros no veículo.

O impacto deixou a lateral do ônibus completamente destruída. Os 19 feridos foram levados para hospitais da região. A maioria deles foi encaminhada à Santa Casa de São Joaquim da Barra, que informou que 12 pessoas sofreram apenas ferimentos leves.

Por volta de 9h, 15 pessoas já tinham recebido alta. Outras 4 seguiam internadas, incluindo os dois motoristas. O motorista do caminhão e mais uma pessoa que teve traumatismo craniano foram levados para o hospital em Franca.

Os bombeiros e a Polícia Militar Rodoviária concluíram o trabalho de resgate por volta das 4h desta sexta-feira (21). A rodovia tinha ficado bloqueada e só foi liberada por volta das 6h.

Parte dos estudantes havia começado a estudar este ano, e para alguns era o terceiro dia de aula. A Unifran decretou luto oficial por três dias e suspendeu as aulas nesta sexta-feira

g1

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