10 setembro, quarta-feira, 2025
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Esquema de fraude fiscal na Unimed Cuiabá envolve estratégias de defesa em grupo de WhatsApp, aponta MPF

O Ministério Público Federal (MPF) revelou um novo capítulo na investigação sobre o escândalo financeiro na Unimed Cuiabá.

De acordo com a apuração, os suspeitos criaram um grupo no WhatsApp para discutir estratégias de defesa diante das acusações de fraude fiscal que envolvem aproximadamente R$ 400 milhões.

A descoberta ocorreu durante a Operação Bilanz, que resultou na prisão temporária de seis ex-dirigentes da cooperativa na última quarta-feira,30.

Entre os detidos, encontram-se figuras de alto escalão da antiga administração da Unimed Cuiabá, como o ex-presidente Rubens Carlos Oliveira Júnior, a ex-diretora administrativa financeira Suzana Aparecida Palma, e o ex-CEO Eroaldo de Oliveira.

Também foram alvos a advogada Jaqueline Larréa, a ex-superintendente administrativa financeira Ana Paula Parizzotto e a contadora Tatiana Bassan.

A análise do conteúdo do grupo de WhatsApp, extraído do celular de Ana Paula Parizzotto, levantou preocupações entre as autoridades, que enxergaram o grupo como uma possível ameaça à continuidade das investigações.

Segundo o MPF, a estrutura do esquema de fraudes contábeis na Unimed teria sido amparada por manipulações que ocultavam um rombo de R$ 400 milhões nos balanços da cooperativa.

Em auditoria de 2022, quando a administração inicialmente relatou um saldo positivo de R$ 370 mil, foram encontradas graves irregularidades, como contratos fraudulentos e antecipação de pagamentos sem justificativa.

Rubens Oliveira, que liderou a Unimed Cuiabá entre 2019 e março de 2023, foi citado como o pivô de diversas ações questionáveis, incluindo acessos indevidos a documentos sigilosos.

Em um caso, ele teria obtido cópia de um inquérito da Polícia Civil e um ofício do MPF, ambos contendo informações cruciais sobre as investigações de fraude fiscal.

Esses novos elementos motivaram o MPF a solicitar que a prisão temporária fosse convertida para prisão preventiva.

No entanto, o juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, optou por negar o pedido, considerando que não foram encontrados indícios concretos de que os acusados pudessem prejudicar o andamento do processo.

Apesar disso, ele determinou que a Polícia Federal fizesse um relatório completo das conversas no grupo de WhatsApp, ressaltando a importância de analisar o conteúdo com sigilo, dada a natureza das acusações.

A Operação Bilanz acusa o grupo de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, estelionato e participação em organização criminosa.

As denúncias, que abalaram a confiança na gestão da cooperativa, seguem sob investigação, enquanto o MPF busca ampliar a análise sobre as práticas ilícitas, que incluem a execução de obras sem autorização dos cooperados, relações suspeitas com fornecedores e uma administração financeira considerada “desigual e alarmante”.

Folha do Estado

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