Moradores de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, estão sofrendo com a densa camada de fumaça que encobre os céus da região. O município é o que mais queimou no estado, com 2.131 focos de incêndio, de janeiro a setembro, conforme dados do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Ao g1, a engenheira florestal Márcia Costa, relatou que as unidades e saúde na cidade estão com alta na procura de tratamento para crianças e idosos com doenças respiratórias.
“Realmente, está complicado aqui. Eu ligo o umidificador todos os dias e tomo muito líquido”, disse.
O g1 procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Colniza para confirmar se houve aumento na procura por atendimentos relacionados a doenças do trato respiratório nas unidades de saúde da cidade, no entanto, não teve retorno até a atualização mais recente desta reportagem.
Como isso acontece?
O doutor em geografia e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cleberson Ribeiro de Jesuz, explicou que o município é composto 100% pelo bioma Amazônia, que foi o que mais sofreu com focos de incêndio neste ano.
Segundo o professor, Colniza é uma espécie de ‘corredor’ de tudo que acontece no bioma, seja na questão de ventos ou de chuvas. Dessa forma, o céu cinza e alta quantidade de fumaça são reflexo das queimadas na Amazônia Legal, explicou.
Além disso, a altitude média da cidade é bem baixa, então toda a região da planície amazônica acaba recebendo um volume de fumaça muito intenso.
Incêndio e seca
Com 28,4 mil focos de incêndios, Mato Grosso é o estado do Brasil que mais queimou desde janeiro deste ano, conforme dados do BD Queimadas. Somente em agosto, foram contabilizados mais de 13,6 mil focos, superando os números somados de janeiro a julho deste ano.
G1-MT