O Ministério Público Estadual cobrou dos secretários estadual e municipal de Saúde de Cuiabá e do diretor do Hospital Santa Helena, que no prazo de 48 horas prestem informações sobre a paralisação nos atendimentos do corpo clínico de ginecologia e obstetrícia por falta de pagamentos.
Os médicos decidiram na tarde de segunda-feira (23) interromper os atendimentos eletivos no hospital, que realiza cerca de 30 partos por dia.
O Santa Helena é uma unidade filantrópica, que sobrevive de recursos públicos repassados pela Prefeitura de Cuiabá.
A defesa dos médicos protocolou junto à Promotoria de Justiça um ofício informando que tem enfrentado atrasos reiterados e falta de pagamentos de salários e honorários, sem qualquer proposta concreta ou cronograma para regularização.
Os médicos dizem que os atrasos salariais são decorrentes da falta de repasses por parte do Município.
Segundo o promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, da 1ª Promotoria Cível, na última sexta-feira (20) o corpo clínico chegou a buscar um entendimento com os responsáveis, mas como não foi estabelecido um prazo para a regularização dos pagamentos.
A Promotoria foi então oficiada para que intercedesse na conciliação, evitando o colapso na saúde afetando, mais de três mil atendimentos e cerca de 800 partos que são realizados, mensalmente, na unidade hospitalar.
O promotor de Justiça sugeriu que os secretários municipal e estadual e a direção do hospital avaliem a possibilidade de eventual equipe médica temporária para evitar a interrupção do atendimento médico, protegendo a população, enquanto o impasse financeiro não é solucionado.
“A sociedade cuiabana e a população mato-grossense não precisavam de um presente de grego dessa envergadura, logo às vésperas do Natal”, afirmou o representante do MPE.
Fonte: MidiaNews