O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, afirmou que os problemas na saúde pública de Cuiabá e Várzea Grande são graves não poderão ser resolvidos de forma satisfatória no curto prazo.
“A curto prazo lamentavelmente eu não posso garantir à sociedade cuiabana, porque os problemas são muito sérios, são muito graves, profundos e eles precisam de uma atenção muito maior. Então, creio que a curto prazo nós não vamos ter uma solução satisfatória”.
“Evidentemente que existem ações que podem ser tomadas a curto, médio e a longo prazo, mas isso tudo vai ser programado junto às mesas técnicas que serão criadas”, completou.
A declaração foi dada após uma audiência de representação nesta segunda (16), convocada por Perri e que reuniu autoridades do Estado, dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, além de órgãos e entidades para tratar a situação da saúde pública das duas principais cidades do Estado.
O desembargador citou ainda a visita que fez ao Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, e presenciou uma situação caótica. Para ele, uma das dificuldades, o baixo estoque de medicamentos, poderia ser resolvido a curto prazo.
“Hoje nós temos a questão da superlotação. Eu mesmo estive visitando o Hospital Metropolitano e vi que muitos pacientes estão em macas colocadas nos corredores e sendo colocados ali dentro do hospital. Então, existem muitos problemas”.
“Alguns medicamentos, por exemplo, estão com baixa de estoque. Então esse é algum dos problemas que nós podemos regularizar a curto prazo”.
O desembargador também visitou hospitais públicos de Cuiabá na semana passada.
Possível intervenção
O desembargador evitou em falar se seria ou não necessária uma nova intervenção na saúde pública da Capital, mas lembrou que ainda há um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em vigor. O termo impõe uma série de obrigações à gestão municipal a fim de manter as melhorias implementadas duramente a intervenção estadual de 2023.
Segundo Perri, o TAC pode sofrer alterações, mas que isso só será definido junto às mesas técnicas com todos os atores presentes. Para o desembargador essa discussão só acontece porque a saúde da Capital passa por um momento delicado.
“Questões de administração da saúde pública, não tem outra resposta. Porque se a saúde pública de Cuiabá estivesse andando bem, evidentemente que não haveria o pedido de intervenção”, encerrou.
Midianews