Um assassinato, um lobista e denúncia de venda e compra de sentença dentro do Judiciário mato-grossense. 25 anos depois do assassinato do juiz Leopoldino do Amaral novo escândalo volta a pairar sobre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Ordem dos fatos não são os mesmos entre o que aconteceu em 1999 e o que vem ocorrendo em 2024. Mas remonta ao assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral em setembro de 1999 e traz à tona denúncias de ameaças de morte, venda de sentenças, esquema de pagamentos ilegais a magistrados e diversas outras denúncias que tornam o Judiciário ainda mais desacreditado perante a sociedade.
No caso atual, a partir da execução do advogado Roberto Zampieiri, em dezembro do ano passado, se revelou um esquema de compra e venda de sentença com pagamentos e vantagens a magistrados de Mato Grosso, e a participação de um lobista, Andreson de Oliveira Gonçalves, que estende o esquema ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outros Tribunais estaduais.
Em 1999, a denúncia de corrupção no judiciário partiu de Leopoldino, que depois de vários meses fazendo acusações graves contra 14 desembargadores e 5 juízes, como venda de sentenças, uso de cargos em benefício próprio, esquema para aumentar as verbas de combustível, entre outros, acabou sendo assassinado, crime que até hoje segue sem solução.
Na época, o próprio Leolpoldino estava sendo investigado pela Corregedoria do TJMT por sacar dinheiro de contas judiciais nas quais as partes depositam recursos por determinação da Justiça.
Seu corpo foi encontrado parcialmente carbonizado em uma estrada do Paraguai. Apesar do caso, nenhum magistrado denunciado por Leopoldino foi punido pela justiça.
O empresário Josino Guimarães foi apontado como lobista que negociava sentenças e acusado de ser o mandante. Após dois julgamentos, foi inocentado.
A escrivã que trabalhava com Leopoldino, Beatriz Árias Paniágua, foi apontada como coautora. Ela foi condenada a 12 anos.
Já em relação ao caso Zampieri o lobista Andreson Gonçalves foi preso preventivamente na semana passada. Já os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados de suas funções e estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica.
Também foram alvos advogados e empresários que também estão sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas.
As semelhanças dos dois casos desgastam a imagem do Poder Judiciário mato-grossense. A sociedade espera que o crime seja solucionado e que os envolvidos sejam punidos, caso se confirme as acusações. A única pessoa condenada é Beatriz Áiras. Os supostos atiradores, sargento Jesus e Marcos Peralta estão motos. Ainda permanece o mistério quem matou e quem mandou matar juiz Leopoldino Marques do Amaral.
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