20 julho, domingo, 2025
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TRE-MT cassa vereador do PT por ligação com o Comando Vermelho

O vereador reeleito Ary Campos, conhecido como “Capitão” (PT), o sexto mais votado em Rondonópolis (200 km de Cuiabá), foi cassado nesta quarta-feira (16), pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), confirmando a decisão da primeira instância, em maio deste ano. Ele é acusado de ter tido a campanha ter parcialmente financiada com recursos do Comando Vermelho (CV) do município.

O pleno do tribunal considerou que Ary se beneficiou da influência da facção criminosa, conduta vista como abuso de poder econômico. Além da cassação, ele também está inelegível por oito anos. Ainda cabe recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ‘Capitão’ se tornou alvo da Operação Infiltrados em setembro de 2024, poucas semanas antes das eleições municipais. As investigações, que tiveram início no anterior, apontaram que a Associação dos Familiares e Amigos de Recuperandos de Rondonópolis (Afar) era usada para lavar dinheiro e promover eventos que beneficiavam tanto o candidato como o CV.

Entre os eventos realizados estavam bingos, rifas e torneios de futebol para arrecadar dinheiro, que era revertido em ações assistencialistas, como a entrega de cestas básicas e brinquedos, com o objetivo de ganhar apoio da comunidade e difundir a ideologia do crime entre jovens e crianças. A associação, usada como fachada, era presidida por Luíza Vieira da Costa, que se encontra presa preventivamente, e cuja família liderava o tráfico de drogas na Vila Operária.

As investigações também demonstraram que a Afar foi utilizada para conquistar apoio popular com fins eleitorais, especialmente para impulsionar a candidatura de Ary Campos, impondo a permanência de membros em grupos de mensagens, com ordens para realizar ações sociais e divulgar símbolos da facção.

A partir do apoio declarado a Ary, ele passou a liderar ações da Afar, em bairros periféricos de Rondonópolis, para ganhar credibilidade pública. Diversas apreensões feitas entre 2021 e 2024 encontraram materiais da Afar ligados a campanhas políticas, tráfico de drogas e até planos de fuga de criminosos por túnel. Também foi constatada a obrigatoriedade de familiares adesivarem carros com o número de campanha do candidato e participarem de reuniões políticas.

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